Faça o que os ricos fazem, e no mínimo você será livre.
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Caro Amigo do DSD, já deve ter ouvido várias vezes falar-se de um derivado. Por exemplo, o sumo de limão é um derivado do limão, o pão é um derivado do trigo. E se considerarmos derivados do terceiro nível, temos por exemplo a uva que é um derivado da videira, e o vinho é um derivado da uva. Portanto, o vinho é um derivado de um derivado. O que se pretende com essa introdução? O conceito derivado no mundo financeiro é muito poderoso, e é um dos maiores segredos do dinheiro. Permitam-nos uma ilustração: O Tesouro emitiu obrigações (15,000,000), passou-os aos bancos comerciais, e o público comprou com a promessa de ganho de juros. Sendo as obrigações garantidas pelo governo, são dos mais seguros investimentos que há, ou se quiser, uma forma segura de poupança. As obrigações vendidas tornam-se uma dívida para o Estado, 1,500,000,000.00Mt, se todas tiverem sido vendidas. Vamos discutir a estrutura de ganhos, ou seja, de rendimentos:
1) O governo ganha 1,500,000,000.00Mt vendendo obrigações, que não passam duma deliberação. Não tem nada de material por de traz das obrigações, dai que são uma dívida. Portanto, este dinheiro é um derivado da dívida. Com esta acção, o governo tem uma forma de mobilizar fundos do “nada”.
2) A banca comercial, na qualidade de intermediário, fica com a sua comissão. Vamos supor que a comissão é de 1%. Isso representa 15,000,000.00Mt. Agora preste atenção na máxima: O sistema bancário, internacionalmente, permite que a banca comercial conceda crédito cerca de 10 vezes o valor que tem nas suas contas. Não interessa as vezes em causa, retenha o conceito, pois que pode variar de pais para pais. Isso significa que dos 15,000,000.00Mt que a banca comercial embolsou, pode dar de crédito 150,000,000.00Mt. Vamos considerar que o valor é concedido para o crédito de consumo para a classe média, num período máximo de 6 anos, à taxa de juro de 23,5%. A banca terá como retorno mensal 3,903,620.21Mt, o que representa um retorno anual de 46,843,442.52Mt, perfazendo um retorno total de 281,060,655.12Mt em seis anos, dos quais 131,060,655.12Mt são juros ganhos. Vão concordar comigo, que é “mágico” sair de (0.00Mt) para 281,060,655.12Mt em seis anos, por um serviço de intermediação de 2 semanas. Vamos a explicação: a banca comercial ganha 15,000,000.00Mt de comissão, que resultam em 150,000,000.00Mt de valor disponível para crédito. Os 150,000,000.00Mt são um derivado dos 15,000,000.00Mt. Por sua vez, os 150,000,000.00Mt geram juros de 131,060,655.12Mt, que são um derivado seu.
3) Vamos a mais um passo: Quando você compra Obrigações do Tesouro, você está de facto a emprestar dinheiro ao governo, do qual o mesmo promete pagar com juros. Neste caso os juros são de 15%, o que representa 225,000,000.00Mt que o governo tem que pagar de juros aos seus credores. De onde virá este dinheiro? IMPOSTOS. O governo acredita que nos próximos 5 anos, que é o prazo da emissão, vai colectar de nós moçambicanos um excesso de 225,000,000.00Mt em impostos para pagar esta dívida. Na verdade terá de colectar 1,500,000,000 + 225,000,000 = 1,725,000,000.00Mt. Dos esclarecidos que compraram as obrigações, e tem o ganho de 225,000,000 de juros, são taxados a 10% em sede de IRPS e de IRPC, o que representa um ganho de 22,500,000.00Mt para o governo. Derivados.
Chega de números. Nós prometemos que o DSD iria evitar o máximo complicar as coisas. Como referiu uma vez o meu grande professor: “Tornando as coisas simples parecerem complexas, o mundo dos financeiros fazem-se parecer mais inteligentes, e fazem você se sentir estúpido, quando se trata de assuntos de dinheiro. E quando você se sente estúpido, é fácil lhe tirarem o seu dinheiro”. O DSD existe sob uma crença de que todos nós somos inteligentes, e que apenas precisamos ser justamente informados sobre o mecanismo das coisas. No artigo anterior falamos do empreendedor, e do seu poder de geração de muito dinheiro. Com este artigo pretendemos dar um incremento, no sentido de que, se você puder gerar as suas “ideias inovadoras” sob o princípio de derivados, as chances de gerar quantidades massivas de dinheiro seriam muito maiores, e estaríamos a abrir grandes possibilidades de produzirmos ricos de verdade neste país. Ricos que poderiam gerar riqueza, e criar fundações para canalizar o dinheiro que eles geram, para as actividades sociais, e não fundações que são mais uma mão estendida. O “derivado” pressupõe criar um modelo a partir de uma ideia, objecto, conceito, etc., que permita gerar rendimentos, de preferência com pouca participação física pessoal. Vamos tentar ilustrar isso: Eu gosto muito do Ziqo, o jovem “MABOAZUDA”. Diz-se que ele criou o estilo “pandza”, que se tornou uma febre no país inteiro. Diz-se que vendeu bem, e teve muitos seguidores. Deve ter facturado, seguramente, uns bons milhares de meticais. E tal como ele, os seus seguidores também facturaram milhares. Vamos imaginar que o Ziqo tivesse registado o estilo e detivesse direitos sobre ele, o que obrigaria a qualquer seguidor interessado a pagar direitos para tocar o estilo do Ziqo. O “direito” seria um derivado do estilo criado por ele, e ele poderia concentrar-se na promoção do estilo, o que ele tem muito jeito, e os seguidores que se “matassem” nos estúdios a produzir “pandzas” à farturas, e depois que fossem bater a porta do Ziqo para lhe pagarem pelos direitos. Tenho crença total que desta forma, o Ziqo não ganharia milhares, mas sim, muitos milhões de meticais. O segredo é alavancar o “derivado” com o “Other People’s Time”. Portanto, quando você tiver “a ideia inovadora”, leve tempo e veja se pode criar a estrutura à sua volta, e principalmente, analise se de facto a estrutura que você montar, permite que outras pessoas executem a sua “ideia inovadora”. Cada um pode fazer isso ao seu nível.
Esse conceito é muito importante para quem aspira ganhar muito dinheiro via empreendedorismo. O “boom” económico que o mundo ocidental experimentou nos anos 90 foi em parte com base na aplicação deste conceito. Só que o ser humano tem uma coisa que se chama ganância, que acaba tornando coisas maravilhosas em autênticas bombas nucleares, o que justifica a afirmação de Warren Buffet, o mestre de investimentos, que derivados são uma “arma financeira de destruição maciça”, seguramente se referindo a volatilidade do derivado quando é criado de um derivado de outro derivado. O problema é que o “boom” foi causado pela dívida, no lugar do dinheiro; pela inflação, no lugar da produção; e pelo empréstimo, no lugar do trabalho.
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Felisberto Botão
Eng. Civil, MBA em Liderança
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